domingo, 9 de agosto de 2009

Trezentos e sessenta e cinco dias!

Será que eu deveria começar falando sobre ironia? Acho que não... Não quero que as lembranças neste dia sejam irônicas, até porque o que sinto hoje continua sendo sentimento verdadeiro.
Há um ano atrás a minha história começava a ser escrita novamente, depois de anos de escuridão e frieza, foi justamente no dia nove de agosto que minha alma encontrou novamente alguma razão para se aquecer.
Era uma tarde nebulosa de sábado, dessas boas de ficar em casa vendo tv, escutando música ou lendo alguma coisa, mas não foi isso que fiz, eu marquei um encontro com alguém e a principio eu queria mesmo era sair de casa, para escancarar as dores que existiam dentro de meu peito, dores de solidão acumuladas e ressentidas... Talvez o que eu queria naquela tarde era vomitar com palavras todo o fel que existia dentro de mim, e que alguém me escutasse sem criticas, então fui ao tal encontro.
Eu cheguei ao local combinado, fiquei ali entre tantas pessoas, esperando o amigo que não chegava. Que saco, já tinha passado dez minutos do horário marcado e nada dele chegar, fui pra outro lugar sozinha mesmo já que havia levado um furo... Entretanto parei pra pensar e era desaforo, liguei para o amigo e perguntei onde ele estava, o mesmo disse que houve um imprevisto e se atrasou, mas que agora estava lá, me esperando. Eu dei risada, o que era para ser um encontro, sem antes começar já havia se tornado um desencontro, quis dar continuidade, dei meia-volta e fui encontrar o cara.
Quando cheguei ao local, lá estava ele, nos abraçamos, foi curioso, pois nunca havíamos nos visto antes éramos conhecidos virtuais, mas quando senti o calor daquele abraço, parecia que já nos conhecíamos há anos, não me toquei naquele primeiro momento... E as horas daquela tarde fria iam passando... Andamos pelas ruas, conversando... Eu falava de minhas dores e ele contava das suas, chegava ser engraçado, éramos dois transeuntes revoltados andando na garoa fina da cidade de São Paulo... Decidimos então tomar uma cerveja, num barzinho qualquer... Sentados ali, desfrutávamos da agradável compania um do outro, falando um monte de besteiras, dando risadas, algo ali começava a surgir, juro que eu não sabia o que era, acho que nem ele sabia, mas nossos olhos começaram a se perseguirem insistentemente!
Assim a tarde passou e noite a dentro, precisávamos ir embora, e aquilo que eu não sabia o que era começou a responder numa vontade louca de beijar a boca daquele que a pouco eu via como um grande amigo... Como eu iria controlar essa vontade? E se ele não estivesse afim? Que confusão! Já estava estampado em meu rosto, não tinha como disfarçar... Decidi que eu iria parar de pensar, foi o que fiz, numa atitude mais que direta olhei para ele e disse que tudo que eu mais estava desejando naquele minuto era um beijo do mesmo!
Fui surpreendida, pois achei que ele iria se paralisar com aquela confissão, quando o que fez foi dizer a mim para que juntasse minha vontade com a dele.
A partir daquele momento o amor voltou a mim, eu estava beijando o homem de minha vida, provavelmente o instante mais perfeito da história dos meus dias...
O tempo foi passando e depois do primeiro beijo, aconteceu a primeira transa onde encontramos o divino com a junção de nossos corpos, o pedido de namoro que transformou nossas vidas numa só... O primeiro “eu te amo”, entre lágrimas, nus, com a respiração ofegante. Vivemos um para o outro, nos amando dia pós dia com a intensidade de um vulcão, nos momentos de alegria e de tristeza também, com promessas de eternidade e pedidos de que nunca nos abandonássemos ... Amor vivido verdadeiramente... Planos, toques, beijos, caricias, perfeição!
Hoje, nove de agosto, celebraríamos um ano de tal encontro, porém nem tudo foi como o planejado... Hoje faríamos uma festinha, com decoração infantil e tudo, docinhos, bolos, alegria em relembrar o momento mais incrível de nossas vidas.
E hoje eu estou aqui, sozinha, sem ao menos saber notícias de meu amado, sabendo que este vive outro romance e que talvez nem se recorde dessa data! Ele me deixou, já tem algum tempo, seria agora a parte em que eu teria de falar da ironia desses dias?
Não suportei a dor do abandono e fui embora... Mas vendo que esta data se aproximava, ontem peguei a mochila e voltei ao local de nosso primeiro beijo, queria reviver tal momento que mudou tanto a minha vida... Foi estranho.
Cheguei e ele não estava lá, era só a minha lembrança que o abraçava forte muito forte, me bateu um desespero, as pessoas me olhavam, em meu rosto caiam lágrimas de saudade, meu corpo todo se arrepiava, e por alguns minutos cheguei a sentir o cheiro dele, o mesmo cheiro que senti há um ano atrás, quando depois daquele beijo ele me acolheu em seus braços. Pode ser que eu tenha abraçado sua alma, não sei, mas novamente eu senti tudo como da primeira vez.
Voltei para casa feliz apesar da situação atual, pois percebi que eu realmente amo e que mesmo com o passar do tempo isso continua vivo... No caminho eu afagava a lembrança e pensei que talvez tudo que eu gostaria de ganhar hoje seria um único abraço do ser amado, mas não foi possível, nem ao menos nos falamos mais, eu não queria que fosse assim. Há pessoas que dizem que até as pedras se reencontram, se isso for verdade, quem sabe algum dia um simples oi que seja, nós não conseguiremos trocar? De repente até um abraço apertado... O tempo vai passando e aí vou eu!
Esta noite pegarei a estrada novamente, e quando irei voltar eu não sei dizer, mas vou feliz, com a certeza de que hoje não foi somente um nove de agosto nostálgico, hoje foi o dia em que eu tive mais certeza que o sentimento existente aqui dentro de meu peito, é puro, sincero e incondicional. Mesmo com todas as circunstancias e depois de tudo que aconteceu, me orgulho de ainda amar de uma forma tão bonita...
Um ano depois, eu digo: Saudades... Que saudades!!! É... realmente valeu a pena!
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A versão dele sobre o nove de agosto: http://stabilli.blogspot.com/2008/11/ela-tem-sabor-verdadeiro.html

****** Ao som de Ozzy Osbourne- Good Bay To Romance.

6 comentários:

Marton Olympio disse...

Vi uma vez uma filme que dizia: "a vida só faz sentido quando a vemos em retrospectiva... pena que só vivemos para frente." E como diria o pessoa: "Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena..." Viver é melhor do que nada.

Se quiser, apareça:


http://martonolympio.blogspot.com/

Anônimo disse...

Não. Ah não!

Mariana Lopes disse...

o que eu vou dizer já disseram, mas mesmo assim eu vou dizer: "a vida só faz sentido quando a vemos em retrospectiva... pena que só vivemos para frente."
adorei o texto, muito lindo. cheguei a achar que tinha sido real, mas acho que não foi /foi?

sucesso com o blog, beijos :*

Fernando Klugg disse...

Olá, vi o endereço de seu blog no orkut, passei por aqui e tive uma grande surpresa!Quantas palavras belas,cheias de intesidade e verdade. Fico como a moça de cima, me perguntando se isso tudo é real, pois se for, que bela história você tem garota!!! Li os textos anteriores e adorei todos também, você escreve divinamente bem e sabe colocar seus sentimentos a vista de uma forma como nunca vi!Estou me tornando um leitor deste seu espaço, pois adorei mesmo!Este como todos os textos, são emocionantes,o modo como escreve lembra muito os textos da Clarice Lispector,parabéns!
Agora conta o que queremos saber,toda a narrativa de seus textos é real?rs!
Uma ótima semana para você cara escritora.
Fernando

Mandyzinha Rustici disse...

ouu.. amei d++ o q ta escrito nossaa até arrepiei.. pq acontece issu cmg direto =(
eu te segui viu ^^
Bjaooo

janiely sany disse...

Eitháá fechação!
liinda sua história que pena que teve um fim trágicooo...Pelo jeito foi tudo muito intensoo,tudo ki é assim é melhor!